CITRINOS DO ALGARVE
Não há Algarve sem Laranja
HISTÓRIA
Das zonas tropicais e subtropicais do continente asiático para o mundo, os citrinos são hoje um dos frutos mais consumidos e produzidos nos cinco continentes. E muito graças aos portugueses.
No início do século XVI com o estabelecimento das rotas marítimas para a Índia, China e Japão, as primeiras laranjeiras doces chegaram a Portugal pela mão de D. João de Castro, oriundas de Goa. Os portugueses introduziram no continente europeu as melhores variedades cultivadas na China, “e a isso se deveu a enorme expansão que a cultura da laranjeira depois conheceu”, escreve J.Duarte Amaral em “Os Citrinos” (Clássica Editora).
Foi no Algarve que se encontrou o palco perfeito para se desenvolverem em cor, sabor e qualidade.
A laranjeira doce é cultivada na região desde o século XVI e há relatos de exportação para Espanha, Inglaterra, França ou Países Baixos desde essa altura.
Em 1546, por exemplo, descreve-se a carga de uma nau que partiu de Faro com destino a Antuérpia levando frutos da região, incluindo laranjas.
Hoje, algumas espécies chamam-se “Portugal” em regiões do Mediterrâneo oriental. “Portokal” na Turquia, “portokáli” na Grécia ou “portocáliu” na Roménia. Em farsi (persa) “portegal” é laranja, em árabe “bortugal” ou “burtuqálum”.
No Algarve, no século XVIII, as árvores de Natal eram decoradas com laranjas. E, hoje, nas praças, casas, recantos e jardins as laranjeiras são presença assídua.
ORIGEM
Banhado pelo sol e com uma luz inconfundível, o Algarve é a principal região produtora de citrinos em Portugal. Cerca de 74% da produção do país está localizada neste território de onde nascem laranjas, tangerinas, limões, tangeras e toranjas, entre outras variedades.
Há em todo o mundo uma variedade enorme destes frutos, mas prova de que o Algarve é território com condições únicas para essa produção é a existência de variedades de origem portuguesa como a laranja D. João, a tangerina Setubalense e a tangera Carvalhais.
A região é o berço de ouro dos citrinos graças ao clima, ao relevo, à temperatura, ao solo, ao vento ou à humidade do ar, condições de excelência oferecidas pela natureza e que dão origem a frutos de sabor marcante e inconfundível.
Indicação Geográfica Protegida, garantia de origem
O selo regulamentado pela União Europeia garante aos consumidores a verdadeira origem do produto. Os Citrinos do Algarve IGP – Indicação Geográfica Protegida são produzidos numa área geográfica específica e possuem características que os distinguem de outros: casca fina, colorida e brilhante e um elevado teor de sumo, doce e de sabor inconfundível.
PRODUÇÃO LOCAL NO PALCO EUROPEU
A importância dos Citrinos para a região é visível também no seu valor económico e social. A AlgarOrange estima que esta produção gera um volume de negócios anual de 180 milhões de euros. A produção tem vindo a aumentar todos os anos não só devido ao crescimento da área cultivada, como também da produtividade média do setor.
A laranja é o terceiro fruto mais exportado por Portugal (2019) e o principal destino é o mercado europeu: absorve 90% das vendas internacionais. Espanha, França e Polónia são os principais clientes da laranja do Algarve.